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Friday, June 08, 2007

Crescimento global

O presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, considerou um "avanço" o compromisso político conseguido na reunião de cúpula do G8 em Heiligendamm, Alemanha, nesta quinta-feira, mas acredita que é ainda escasso e com prazo "demasiado longo" - a redução para a metade das emissões de gases de efeito estufa antes de 2050.
Em declarações à imprensa ao final de um encontro com os outros quatro governantes do G5 de países emergentes (México, China, Índia e África do Sul) em Berlim, "Lula" insistiu na necessidade de conseguir compromissos efetivos antes do vencimento do protocolo de Kioto em 2012 e em termos mais curtos, antes de 2050.
"Porque o que acontece com estes prazos longos é que ninguém faz nada até então, e assim chegaremos a 2049 (...)" afirmou Lula.
"É preciso ter num horizonte menor alguns compromissos que nos permitam em 10 ou 15 anos ter mecanismos de proteção maior contra a contaminação do planeta", destacou o presidente do Brasil.
Os representantes dos sete países mais industrializados do planeta e a Rússia selaram hoje um acordo que prevê cortes substanciais na emissão de gases relacionados ao efeito estufa e garante um pacto ambiental pós-Kyoto para 2009.
Segundo a chanceler alemã Angela Merkel, os países do G8 concordaram em considerar a meta de um corte de 50% nas emissões desses gases poluentes até 2050. Mas não se comprometeram, no entanto, a estabelecer metas específicas.
Em Berlim, Lula disse também que participará com espírito construtivo do encontro desta sexta-feira com o G8 em Heiligendamm, junto com o presidente do México, Felipe Calderón, e os demais governantes do G5, o presidente da China, Hu Jintao, o da África do Sul Thabo Mbeki, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
O presidente Lula se encontrou nesta quinta-feira na capital alemã com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que também assistirá o encontro do G8, assim como com os presidentes da Argélia e Nigéria, Abedelaziz Buteflika e Umaru Yar'Adua, respectivamente.
Na quarta-feira, o presidente brasileiro conversou com o vice-chanceler e ministro do Trabalho alemão, Franz Muentefering, e com os líderes do Partido de Esquerda, Oskar Lafontaine, Gregor Gysi e Lothar Biskin.
Em artigo publicado nesta quinta-feira pelo jornal francês "Le Monde", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a realização de um "fórum permanente" entre países desenvolvidos e países pobres para uma globalização "mais solidária", .
"A constituição de um fórum permanente entre países em desenvolvimento e os países desenvolvidos para tratar das questões essenciais do mundo hoje ajudará a tornar a globalização menos assimétrica e mais solidária", afirmou Lula no texto.
O chefe de Estado brasileiro assiste pela quarta vez à Cúpula do G8, mas gostaria que esta assiduidade não dependesse mais de um convite e que o grupo fosse ampliado para criar um mecanismo regular de consultas entre países ricos e emergentes.
Em seu artigo no "Le Monde", Lula se disse convencido de que "a mudança climática, o desenvolvimento sustentável, as fontes novas e renováveis de energia e o financiamento para o desenvolvimento são temas sobre os quais os principais países emergentes deverão ser ouvidos".
Na realidade, não só as populações de nossos países estão envolvidas como nossos países têm a capacidade de formular e adotar propostas inovadoras para responder a estes múltiplos desafios", argumentou, citando como exemplo a transformação dos biocombustíveis.
Esta alternativa, segundo ele, é "muito importante para os países em desenvolvimento, graças a seu potencial de criação de empregos e de renda".
Lula rebateu as críticas de que os biocombustíveis podem afetar a segurança alimentar ou agravar as mudanças climáticas.
"Se os países adotarem culturas adaptadas às suas realidades e às suas necessidades, os biocombustíveis podem conviver com a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente", afirmou.
Para o presidente brasileiro, "não haverá desenvolvimento duradouro, equilíbrio ambiental nem segurança contínua se não conseguirmos eliminar a fome e a extrema desigualdade social".

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