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Friday, June 08, 2007

Crescimento global

O presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, considerou um "avanço" o compromisso político conseguido na reunião de cúpula do G8 em Heiligendamm, Alemanha, nesta quinta-feira, mas acredita que é ainda escasso e com prazo "demasiado longo" - a redução para a metade das emissões de gases de efeito estufa antes de 2050.
Em declarações à imprensa ao final de um encontro com os outros quatro governantes do G5 de países emergentes (México, China, Índia e África do Sul) em Berlim, "Lula" insistiu na necessidade de conseguir compromissos efetivos antes do vencimento do protocolo de Kioto em 2012 e em termos mais curtos, antes de 2050.
"Porque o que acontece com estes prazos longos é que ninguém faz nada até então, e assim chegaremos a 2049 (...)" afirmou Lula.
"É preciso ter num horizonte menor alguns compromissos que nos permitam em 10 ou 15 anos ter mecanismos de proteção maior contra a contaminação do planeta", destacou o presidente do Brasil.
Os representantes dos sete países mais industrializados do planeta e a Rússia selaram hoje um acordo que prevê cortes substanciais na emissão de gases relacionados ao efeito estufa e garante um pacto ambiental pós-Kyoto para 2009.
Segundo a chanceler alemã Angela Merkel, os países do G8 concordaram em considerar a meta de um corte de 50% nas emissões desses gases poluentes até 2050. Mas não se comprometeram, no entanto, a estabelecer metas específicas.
Em Berlim, Lula disse também que participará com espírito construtivo do encontro desta sexta-feira com o G8 em Heiligendamm, junto com o presidente do México, Felipe Calderón, e os demais governantes do G5, o presidente da China, Hu Jintao, o da África do Sul Thabo Mbeki, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
O presidente Lula se encontrou nesta quinta-feira na capital alemã com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que também assistirá o encontro do G8, assim como com os presidentes da Argélia e Nigéria, Abedelaziz Buteflika e Umaru Yar'Adua, respectivamente.
Na quarta-feira, o presidente brasileiro conversou com o vice-chanceler e ministro do Trabalho alemão, Franz Muentefering, e com os líderes do Partido de Esquerda, Oskar Lafontaine, Gregor Gysi e Lothar Biskin.
Em artigo publicado nesta quinta-feira pelo jornal francês "Le Monde", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a realização de um "fórum permanente" entre países desenvolvidos e países pobres para uma globalização "mais solidária", .
"A constituição de um fórum permanente entre países em desenvolvimento e os países desenvolvidos para tratar das questões essenciais do mundo hoje ajudará a tornar a globalização menos assimétrica e mais solidária", afirmou Lula no texto.
O chefe de Estado brasileiro assiste pela quarta vez à Cúpula do G8, mas gostaria que esta assiduidade não dependesse mais de um convite e que o grupo fosse ampliado para criar um mecanismo regular de consultas entre países ricos e emergentes.
Em seu artigo no "Le Monde", Lula se disse convencido de que "a mudança climática, o desenvolvimento sustentável, as fontes novas e renováveis de energia e o financiamento para o desenvolvimento são temas sobre os quais os principais países emergentes deverão ser ouvidos".
Na realidade, não só as populações de nossos países estão envolvidas como nossos países têm a capacidade de formular e adotar propostas inovadoras para responder a estes múltiplos desafios", argumentou, citando como exemplo a transformação dos biocombustíveis.
Esta alternativa, segundo ele, é "muito importante para os países em desenvolvimento, graças a seu potencial de criação de empregos e de renda".
Lula rebateu as críticas de que os biocombustíveis podem afetar a segurança alimentar ou agravar as mudanças climáticas.
"Se os países adotarem culturas adaptadas às suas realidades e às suas necessidades, os biocombustíveis podem conviver com a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente", afirmou.
Para o presidente brasileiro, "não haverá desenvolvimento duradouro, equilíbrio ambiental nem segurança contínua se não conseguirmos eliminar a fome e a extrema desigualdade social".

Preservar e recuperar o meio ambiente

Poluição


Devido à expansão do crescimento da população e ao desenvolvimento industrial e tecnológico, os níveis de poluição têm vindo a aumentar.

A poluição pode ser caracterizada como atmosférica, aquática ou dos solos.

Poluição atmosférica

  • chuvas ácidas - causadas pela libertação de SO2 e NO2 que reagem com o vapor de água e formam H2SO4 e HNO3;

  • efeito de estufa -causado pela libertação de CO2, CH4, N2O e CFC que absorvem as radiações provocando um aumento acentuado da temperatura, designado aquecimento global.

  • rarefacção do ozono estratosférico - causada pela libertação de CFC que na estratosfera, as suas ligações são quebradas por radiação UV, libertando átomos de cloro radioactivos. Estes causam a quebra da molécula O3 provocando a destruição da camada do ozono.

Poluição aquática


Caracteriza-se pela alteração física, química ou biológica da qualidade da água, que a torna imprópria para o fim a que se destina ou causa danos aos organismos vivos.


Os tipos de água contaminada são:



  • cursos de água superficiais:

  • lagos e albufeiras - devido à escorrência de sedimentos e nutrientes dos terrenos circundantes para lagos e albufeiras ocorre o fenómeno de eutrofização( determinada massa de água fica enriquecida com nutrientes, surgindo diversas alterações nos ecossistemas). A eutrofização pode ser natural (verifica-se naturalmente durante a evolução dos ecossistemas) ou cultural (resulta das actividades humanas, verificando-se junto a zonas urbanas ou agrícolas);

  • águas subterrâneas;

  • oceanos

Poluição dos solos


Resulta de práticas agrícolas incorrectas, infiltração de águas poluídas e acumulação de resíduos sólidos.


Entre os nutrientes estabelecem-se relações positivas ou negativas:



  • sinergismo - a presença de um nutriente facilita ou aumenta a obsorção de outro nutriente;

  • antagonismo - a presença de um nutriente causa a indisponibilidade de um outro nutriente.


Tatamento de resíduos


Resíduos sólidos urbanos - são correntemente designados por lixos. Incluem resíduos domésticos, hospitalares e industriais. Podem causar a poluição da água,do solo ou da atmosfera.


Podem sofrer os seguintes tratamentos:



  • aterros sanitários;

  • incineração;

  • reciclagem;

  • compostagem;

Á guas residuais - águas que foram utilizadas em actividades domésticas, industriais ou domésticas e que contem uma grande variedade de resíduos.


Podem sofrer o seguinte tratamento:



  • ETAR - tratamento primário - tratamento secundário - tratamento terciário - tratamennto quaternário.


Controlo de pragas

Para a obtenção de uma maior quantidade de alimentos são muitas vezes utilizados pesticidas para combaterem as pragas , (insectos, ervas daninhas, fungos,roedores)
Os pesticidas caracterizam-se pela persistência e pelo espectro de acção.
Pelas inúmeras desvantagens que apresentam têm vindo a ser substituídos por métodos alternativos com menores riscos para o ambiente e para a saúde humana. Dentro destes métodos, destacam-se:
  • práticas de cultura alternativas;
  • controlo biológico;
  • esterilização de insectos;
  • uso feromonas;
  • hormonas juvenis de muda;
  • biopesticidas;
  • engenharia genética;
  • luta integrada;

Cultivo de plantas e criação de animais



Uma necessidade crescente de alimentos ganhou expressão a partir da segunda metade do século XX, a par de um crescente desenvolvimento científico e tecnológico.
Algumas das estratégias adoptadas para aumentar a produção de alimentos foram:





  • reprodução selectiva -baseada na selecção artificial de genes de indivíduos com características vantajosas;


  • propagação vegetativa- obtenção de clones de plantas com características desejáveis;


  • OGM- obtidos através do rDNA e clonagem de plantas;


  • micropropagação vegetal - basea-se na cultura in vitro de tecidos vegetais, que se desdiferenciam e originam o tecido caloso, que pode originar a regeneração de plantas completas por embriogénese somática ou orgonogénese.




CRIAÇÃO DE ANIMAIS - O PERIGO DA BSE




Londres, 1 jun (EFE).- Cientistas europeus fizeram testes para estudar a possibilidade de utilizar restos de porcos e frangos para a alimentação animal, revela hoje o jornal britânico "The Times".Segundo o jornal, a UE dedicou € 1,7 milhão ao projeto, o primeiro desse tipo desde a epidemia de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca. A alimentação de animais com os restos de outros foi proibida no bloco por causa do contágio de centenas de pessoas pela doença, considerada incurável. O Governo britânico disse ao "Times" que há propostas para relaxar a proibição. Segundo o jornal, granjeiros e fabricantes de alimentos, preocupados com os elevados custos da eliminação dos cadáveres de animais, estão a fazer pressão para mudar as normas.Um documento do Comité Económico e Social da UE informa que a farinha de porco deveria ser liberada para alimentar frangos, e que os restos de frangos deveriam poder ser utilizados para alimentar os porcos.O Comité pede que a Comissão Europeia (órgão executivo da UE) "acelere os estudos actuais que mostram claramente que a farinha de carne de animais não ruminantes pode ser utilizada para alimentar porcos e aves sem prejuízo para a saúde humana".A farinha de carne e de ossos representa 50% dos restos dos animais. Ficam ainda 35% de cinzas, 10% de gordura e o resto é água.Cientistas da UE, entre eles os de dois institutos britânicos, foram encarregados de elaborar testes para identificar os diferentes tipos de farinha de carne que podem ser usados na alimentação animal.Hugh Pennington, bacteriologista da Universidade de Aberdeen (Escócia) e especialista na doença da vaca louca, alertou para os perigos das experiências."Tem que haver um estudo rigoroso de qualquer plano de reintroduzir a farinha de carne na alimentação de porcos e frangos, e de forma totalmente independente", afirmou o cientista.Ele ressaltou a importância de "analisar o risco de transmissão da gripe e da salmonela do porco para o frango e vice-versa", além de lembrar a dificuldade de "convencer a opinião pública".A epidemia da vaca louca surgiu quando as vacas, que são herbívoras, passaram a ser alimentadas com restos de outros animais, alguns dos quais estavam doentes.O uso dos restos de vacas doentes foi identificado pelos especialistas como a causa mais provável da difusão da doença.Em 1988, a Grã-Bretanha proibiu a alimentação de ruminantes com cadáveres de outros ruminantes. Seis anos mais tarde, a UE proibiu alimentar vacas e ovelhas com carne e osso de outros mamíferos.Em 1996, o Governo britânico ampliou sua interdição à alimentação de qualquer animal de criação com farinha de carne ou peixe.Em 2000 a UE permitiu que todos os países-membros usasem proteínas de origem animal na alimentação de outros animais. Agora, no entanto, segundo um documento citado pelo "Times", os custos adicionais criados pela proibição da farinha animal para os granjeiros europeus estão levando a uma revisão da legislação.Com essa proibição "perdeu-se uma importante fonte de proteínas para a ração e o preço da proteína vegetal disparou devido ao aumento da demanda", diz o relatório.



OGM - NOTÍCIAS RECENTES



Bichos- da- seda geneticamente modificados produzem fios de cores diferentes




Os cientistas japoneses estudam a manipulação genética dos insectos para que eles produzam fios vermelhos, amarelos ou verdes. O autor do estudo, Takashi Sakudoh, da Universidade de Tóquio, disse que a compreensão do sistema de transporte de pigmentos do bicho-da-seda “prepara o caminho para a manipulação genética da cor e do pigmento da seda”. Na natureza, a cor dos casulos de seda varia do branco ao verde, passando pelo amarelo, bege, salmão e rosa. As cores da seda são de pigmentos naturais, absorvidos quando os bichos se alimentam. Os cientistas japoneses observaram que nos bichos-da-seda que produzem seda branca, o “sangue amarelo” ou gene Y sofre mutação, já que um segmento de seu DNA é apagado. O gene Y permite aos bichos-da-seda extrair carotenóides (pigmentos orgânicos existentes naturalmente nas plantas), compostos da cor amarela, das folhas da amoreira, principal alimento.
Os cientistas descobriram que os insectos com mutação produziam uma forma não-funcional da proteína de carotenóide. Usando técnicas de engenharia genética, os cientistas introduziram genes Y nos insectos mutantes. Os bichos-da-seda manipulados produziram a proteína e casulos de cor amarela, que se revelou mais forte depois de cruzamentos. Segundo os autores do estudo, com a técnica a seda poderá ser produzida pelo próprio bicho em cor-de-carne e num tom avermelhado.





Cientistas descobrem gene para criar "super-arroz"




Se na tecnologia japonesa a moda sempre foi a electrónica, os chineses apostam na tendência inversa: acabam de descobrir um gene que ajuda na criação de uma variedade gigante do bom e velho arroz, com produtividade muito maior. Segundo o quinteto de pesquisadores liderados por Hong-Xuan Lin, do Instituto para Ciências Biológicas de Xangai, na China, o segredo para o sucesso está num pedaço do genoma do arroz (espécie Oryza sativa) que eles chamaram de GW2. Em versões mais usuais, esse gene aparentemente participa do controlo de multiplicação das células no desenvolvimento dos grãos da planta – impedindo que ela cresça demasiado. Entretanto, uma versão específica desse mesmo gene, presente numa variedade de arroz conhecida por seu tamanho avantajado, possui um "defeito": falta-lhe um pedaço do código genético completo. O resultado é que a proteína produzida a partir desse gene não funciona bem na inibição da multiplicação celular, deixando o arroz crescer mais à vontade. É por isso que as plantas com essa mutação desenvolvem grãos bem maiores. Além de permitir que os grãos fiquem maiores e mais pesados, a versão "defeituosa" do gene também leva à produção de um maior número de grãos por uma mesma planta. "Dado o rápido aumento da população mundial, o próximo século pode testemunhar problemas de falta de alimento em escala global. Consequentemente, há uma necessidade de aumentar a produção de grãos", escrevem os pesquisadores na abertura do artigo em que relatam sua descoberta, a ser publicado numa edição futura do periódico científico "Nature Genetics". Para o grupo, a descoberta é um passo importante no desenvolvimento de plantas com maior rendimento. "A caracterização funcional do GW2 fornece lampejos sobre o mecanismo do desenvolvimento das sementes e é uma ferramenta potencial para a melhoria da produção nas plantações", concluem os cientistas. E há razão para optimismo. Experiências preliminares mostram que o arroz com a variante de alto desempenho do GW2 não tem perda de qualidade como alimento, o que é um factor fundamental. Esse é o segundo gene do arroz descoberto e caracterizado até hoje cuja relação com o aumento da produtividade foi comprovada. Os pesquisadores esperam encontrar versões similares desse gene de DNA noutros cereais, como milho e trigo.









Alimentos

Os alimentos são na sua maioria sujeitos a métodes de conservação, evitando assim a sua deterioração . Que pode surgir devido a reacções de autólise (enzimática ou não enzimática) ou por microrganismos tais como bactérias, leveduras e fungos.
Os factores de conservação ao qual os alimentos podem ser sujeitos são:
  • assepsia - previne o acesso dos microrganismoaos alimentos;
  • remoção de microrganismos - retira microrganismos já existentes;
  • calor - mata os microrganismos porque causa desnaturação das proteínas e das enzimas necessárias ao metabolismo;
  • redução da água - inibe o crescimento dos microrganismos e a actividade enzimática no alimento;
  • efeitos osmóticos - a alimentos é colocado em meio hipertónico, por adição de sal ou de açúcar, pois ocorrendo da plasmólice das células microbianas;
  • modificação da atmosfera- são criadas condições anaeróbias que impedem o crescimento de microrganismos e a oxidação do alimento;
  • irradiação - são utilizadas radiazões ionizantes ou rais ultra -violeta que matam os microrganismos superficiais;
  • acidez - inibe ou reduz o crescimento e a actividade de microrganismo;
  • aditivos - inibem o crescimento e a actividade de microrganismos;

Wednesday, June 06, 2007

Produção de alimentos e sustentabilidade

Alimentos

A maior parte dos alimentos são produzidos por fermentação, podendo ser acética, alcoólica ou láctica.
  • Fermentação acética produz ácido acético,que está na origem do vinagre.
  • Fermentação alcoólica produz CO2 e etanol, o CO2 faz crescer o pão e o etanol é o produto desejado do vinho e também da cerveja.
  • Fermentação láctica produz o ácido acético e origina iogurte e queijo.
A fermentação deve-se á actividade de enzimas. Estas têm especificidade que poderá ser relativa ou absoluta.
A actividade das enzimas é influenciada por inibidores, pH e temperatura. A inibição pode ser irreversível ou reversível, podendo esta ser competitiva ( compete com o substrato pelo centro activo da enzima) ou não competitiva(liga-se à enzima num outro local diferente do centro activo, designado centro alostérico).

Saturday, March 24, 2007

Imunidade e controlo de doenças

Sistema imunitário

“O sistema imunitário possui uma capacidade de memória invejável... Alguns estudos recentes mostram evidências de uma relação entre a capacidade do sistema imunitário e o cansaço físico e mental.”

Agentes patogénicos:
- bactérias – são organismos unicelulares e possuem uma parede celular de peptidoglicano. Reproduzem-se, autonomamente, por fissão binária, num intervalo de tempo muito curto. Algumas bactérias produzem toxinas potentes e multiplicam-se no interior das células, destruindo-as.

- vírus – são entidades acelulares, mais propriamente, parasitas celulares obrigatórios. Formados por uma molécula de um ácido nucleico envolvida por uma camada de proteína, a cápside. Os vírus não têm mecanismos de reparação do DNA e, por isso, a taxa de mutação é elevada . Existindo poucas drogas capazes de combater um vírus.
- fungos, protozoários e vermes – são organismos eucarióticos, unicelulares ou pluricelulares. Sobrevivem e reproduzem-se á custa do organismo hospedeiro, prejudicando-o.


O sistema imunitário é constituído por um conjunto de órgãos, tecidos e células capazes de reconhecer os elementos próprios e estranhos ao organismo dos agentes patogénicos (bactérias, vírus, fungos, etc.) e das células cancerosas.

Fazem parte do sistema imunitário:
- diferentes tipos de leucócitos e macrófagos;
- a medula vermelha dos ossos e o timo, onde se formam e diferenciam os leucócitos;
- o baço, os gânglios linfáticos, o apêndice, as amígdalas, e as adenóides onde se concentram os leucócitos.


Leucócitos
Produzidos na medula vermelha dos ossos e no tecido linfático, são libertados no sangue, através do qual são transportados pelo corpo, A partir do sangue passam para os tecidos onde levam a cabo funções de reconhecimento.

Para um bom desempenho das suas funções os leucócitos necessitam da ajuda das seguintes propriedades:
- diapdese – é a passagem através dos poros dos vasos sanguíneos para os tecidos envolventes.
- fagocitose – captura, por endocitose, de células ou restos de células que são destruídas em vesículas digestivas
- quimiotaxia – atracção dos leucócitos por certas substâncias químicas produzidas por microorganismos ou células injuriadas.


Existem diferentes tipos de leucócitos, são eles:
- neutrófilos – responsáveis pela realização da fagocitose, são eles os primeiros a chegar aos tecidos infectados, atraídos por quimiotaxia..
- basófilos – quando activados libertam substâncias, como a histamina, que produzem uma resposta inflamatória.
- eosinófilos – reduzem a reacção inflamatória, pela produção de enzimas que degradam as substâncias químicas produzidas pelos basófilos.
- linfócitos – podem se distinguir em linfócitos B ou em linfócitos T. Os linfócitos B quando activados diferenciam-se em plasmócitos que produzem anticorpos, e em células-memória . Os linfócitos T contribuem para a activação dos linfócitos B e destroem células infectadas por vírus e células cancerosas.








Linfócitos T

Anticorpos – são proteínas específicas que reconhecem os antigénios ligando-se a estes. São produzidos pelos plasmócitos.
Antigénios – são moléculas geralmente protaínas. que podem ser reconhecidas como estranhas pelas células do sistema imunitário.


O sistema imunitário constitui um mecanismo de defesa do organismo.

Defesa não específica ou imunidade inata

Mecanismos não específicos
Está presente desde o nascimento e não estão destinados a nenhum agressor em particular, pois são organismos que previnem a entrada de agentes estranhos e os reconhece e destrói, quando essa entrada acontece. A resposta do organismo é sempre a mesma , não se verificando especificidade nem memória.

A defesa não específica é composta pelos seguintes elementos:

- barreiras físicas e secreções - (previnem a entrada de agentes estranhos no organismo)-, são exemplo a pele, saliva, muco, cílios, suco gástrico, lisozima etc.;
- mediadores químicos - (actuam directamente contra os agentes patogénicos ou activam mecanismos que levam à sua destruição) – histamina, sistema de complemento e interferão;
- histamina- substância libertada pelos glóbulos brancos nos tecidos danificados, responsáveis pelo aumento de permeabilidade dos vasos sanguíneos.
- sistema de complemento- grupo de cerca de 20 protaínas que circulam no sangue de forma inactiva. Quando o sistema de complemento é activado, por uma série de reacções em cascata, são levados a cabo diferentes acções de defesa específica.
- interferão- conjunto de protaínas antivirais segregadas por células infectadas por vírus.
- fagócitos – ( ingerem e destroem os agentes patogénicos) – neutrófilos e macrófagos.


Reacção inflamatória

A reacção inflamatória é uma sequência específica de acontecimentos que ocorrem quando agentes patogénicos conseguem ultrapassar as barreiras físicas de defesa do organismo. Envolve mediadores químicos e fagócitos.

Os acontecimentos envolvidos na reacção inflamatória são:
- agentes patogénicos e/ou células dos tecidos lesados que libertam substâncias químicas, principalmente histamina e prostaglandinas.
- substâncias químicas libertadas causam a vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos da zona atingida. Como consequência, aumento do fluxo sanguíneo no local e uma maior quantidade de fluído intersticial passa para os tecidos envolventes. A zona atingida manifesta rubor, calor, edema. A dor que acompanha a reacção inflamatória é causada pela acção de substâncias químicas nas terminações nervosas locais e pela distensão dos tecidos.
- os neutrófilos e os monócitos são atraídos por quimiotaxia, deixando os vasos sanguíneos por diapdese e dirigem-se aos tecidos infectados.
- os macrófagos, fagocitam os agentes patogénicos e os seus produtos, os neutrófilos destruídos no processo e as células danificadas.

Quando os agentes patogénicos desencadeiam uma acção agressiva, é accionada uma reacção inflamatória sistémica, ocorrendo em várias partes do organismo, são elas:
- aumento do número de leucócitos em circulação resultante da acção da medula óssea por substâncias químicas produzidas pelas células afectadas.
- febre desencadeada por toxinas produzidas pelos agentes patogénicos. A febre moderada é benéfica ao processo uma vez que acelera as reacções do organismo.




Defesa específica ou resposta imunitária adquirida

Mecanismos específicos
A defesa específica inclui a produção de anticorpos ou células T, em resposta a antigénios estranhos. Ao contrário do que se verifica na defesa não específica, a resposta do organismo ao agente invasor melhora a cada contacto com o mesmo. Verifica-se especificidade e memória.

As substâncias que desencadeiam uma reacção específica são os antigénios. Os antigénios estranhos ao organismo podem ser moléculas superficiais de bactérias, vírus ou outros microorganismos, toxinas produzidas por bactérias ou mesmo moléculas presentes no pólen e células de outras pessoas.
Um antigénio é reconhecido pelas células do sistema imunitário porque possui várias regiões capazes de serem reconhecidas. Cada uma dessas regiões é um determinante antigénico.

São os linfócitos B e os linfócitos T, as principais células que intervêm na defesa específica do organismo.
Ambos se formam a partir de células estaminais da medula vermelha dos ossos , mas as células precursoras dos linfócitos T migram para o timo, onde acabam por completar a sua maturação. As células precursoras dos linfócitos B concluem a sua maturação na medula vermelha dos ossos.

Imunocompetência
No decorrer da maturação dos linfócitos, estes tornam-se células imunocompetentes uma vez que adquiriram receptores superficiais para numerosos e variados antigénios. O conjunto de linfócitos com receptores para um determinado antigénio denomina-se clone.



Respostas imunitárias específicas

Os mecanismos de defesa específicos do sistema imunitário são divididos em imunidade humoral ou imunidade celular.

Imunidade Humoral
A imunidade humoral é mediada por anticorpos produzidos por linfócitos B.

Para que a defesa do organismo através da imunidade humoral ocorra sem problemas, é necessário acontecer a seguinte sequência de acontecimentos:
- um macrófago terá de fagocitar um determinado antigénio e processa-lo;
- reconhecimento do antigénio através do clone de linfócitos B que possuem um receptor específico e por linfócitos T auxiliares;
- o clone de linfócitos é activado e sofre multiplicação;
- diferenciação, em plasmócitos, de parte das células do clone de linfócitos B activado, diferenciação de outra parte de linfócitos B de memória;
- os anticorpos interagem com o antigénio e levam à sua destruição;
- após a destruição do antigénio, os plasmócitos morrem e os anticorpos são degradados, diminuindo a sua concentração no sangue.

Os linfócitos B diferenciam –se em plasmócitos e células-memória.
Os plasmócitos produzem anticorpos que irão actuar por aglutinação, neutralização e estimulação da fagocitose.
As células-memória são as responsáveis pela resposta imunitária secundária.

Os anticorpos pertencem a um grupo de protaínas globulares designadas imunoglobulinas. Estas são moléculas com estrutura em forma de Y, constituídas por quatros cadeias polipeptídicas, duas cadeias pesadas e duas cadeias leves.

As cadeias polipeptídicas possuem uma região constante, muito semelhante em todas as imunoglobulinas, e uma região variável.
O complexo antigénio – anticorpo forma-se devido à existência de sequências de aminoácidos que conferem uma conformação tridimensional particular e que permite interacções electrostáticas específicas, na região variável das imunoglobulinas.

Imunidade Celular

A imunidade celular é mediada por células, os linfócitos T, e é particularmente efectiva na defesa do organismo contra agentes patogénicos intracelulares, pela destruição de células infectadas, e contra células cancerosas. É responsável pela rejeição de excertos e de transplantes.

Na imunidade celular, estão envolvidos certos acontecimentos, são eles:
- células que apresentam na sua superfície determinantes antigénicos estranhos, reconhecidos pelos linfócitos T auxiliares. As células apresentadas podem ser macrófagos, células infectadas, células cancerosas, ou células de um outro organismo;
- o clone de linfócitos T auxiliares, divide-se e diferencia-se em linfócitos T citotóxicos e linfócitos T de memória. Também os linfócitos T auxiliares libertam mediadores químicos que estimulam a fagocitose;
- os linfócitos T citotóxicos ligam-se às células estranhas ou infectadas e libertam perforina, que é uma proteínas que forma poros na membrana citoplasmática provocando a lise celular;
- os linfócitos T de memória desencadeiam uma resposta mais rápida e vigorosa num segundo contacto com o mesmo antigénio.



Memória imunitária e imunidade artificial

Resposta imunitária primária
A resposta imunitária primária surge do primeiro contacto do organismo com um antigénio. Neste primeiro contacto são activados os linfócitos B e T que se irão diferenciar em células efectoras (plasmócitos e linfócitos T citotóxicos) e células de memória.

Resposta imunitária secundária
É mais rápida, intensa e prolongada quando em contacto uma segunda vez com o mesmo antigénio. Apesar, do antigénio ter sido eliminado, as células efectoras desaparecerem depois de um primeiro contacto com os antigénios, as células-memória permanecem no organismo dando origem à resposta imunitária secundária. Esta propriedade designa-se memória imunitária.

É a memória imunitária que está na base da imunização artificial através da vacinação.

A vacina é uma solução que contém um antigénio, normalmente com reduzido poder virulento, provocando uma resistência imunitária.
A vacinação confere imunidade ao organismo. A imunidade é o estado de protecção do organismo em relação a determinados antigénios, os quais conseguem ser reconhecidos e eliminados.

Existem dois tipos de imunidade, a imunidade activa e a imunidade passiva.
A imunidade activa verifica-se quando o sistema imunitário do indivíduo responde ao antigénio e produz anticorpos e células de memória.
A imunidade passiva é o sistema imunitário do indivíduo não responde ao antigénio. São transferidos anticorpos produzidos por outra pessoa ou por um animal.


Desequilíbrios e doenças

Os desequilíbrios e as doenças são por vezes originadas devido a deficiências no sistema imunitário. As doenças são na sua maioria resultantes da incapacidade do sistema imunitário responder, com eficácia aos agentes patogénicos que ameaçam o organismo.

Imunodeficiência
As imunodeficiências são doenças que afectam o sistema imunitário, originando falhas que podem ser aproveitadas por organismos patogénicos oportunistas.

As principais doenças do sistema imunitário são:
- imunodeficiência inata – é a falta de linfócitos T traduzindo-se numa maior sensibilidade a infecções extracelulares. É exemplo a imunodeficiência grave combinada (SCID) caracterizada pela ausência de linfócitos B e T.
- imunodeficiência adquirida (SIDA) – a SIDA é causada pelo vírus da imunodeficiência humana , HIV. Este é um vírus de RNA que infecta principalmente os linfócitos T., mas também pode afectar outros linfócitos como o caso dos linfócitos B. Macrófagos e células do sistema nervoso.
- alergias – são reacções de hipersensibilidade a certos antigénios ambientais, designados por alergénicos, como o pólen, o veneno de insectos, os ácaros e o pêlo de animais.
- doenças auto-imunes – resultam de uma reacção de hipersensibilidade do sistema imunitário contra antigénios próprios.
Existem vários tipos de doenças auto–imunes, são exemplo:
- esclerose múltipla – linfócitos T destroem a maioria dos neurónios. Os sintomas incluem várias alterações neurológicas.


- artrite reumatóide – inflamação dolorosa das cartilagens articulares, que são destruídas.
- lúpus – o sistema imunitário produz anticorpos contra vários tipos de moléculas próprias, incluindo histonas e DNA. Caracteriza-se por erupções da pele, febre, artrite e disfunção renal.


- diabetes insolinodependente – são destruídas as células do pâncreas que produzem insulina.


Dentro das reacções alérgicas existe a hipersensibilidade imediata e a hipersensibilidade tardia.
A hipersensibilidade imediata – ocorre quando um indivíduo produz grandes quantidades de IgE que se vão ligar a uma molécula ou a uma estrutura do alimento, ao pólen ou ao veneno de um insecto.
A hipersensibilidade tardia - não se inicia nas horas seguintes à exposição ao antigénio.


Biotecnologia no diagnóstico e na terapêutica de doenças

A biotecnologia consiste na manipulação de organismos, células ou moléculas biológicas com aplicações específicas.
O diagnóstico e a terapêutica de doenças constituem campos de aplicação da biotecnologia , nomeadamente através da imunoterapia, que permite amplificar ou dirigir a resposta imunitária, e da produção de substâncias, como antibióticos, esteróides, vitaminas e vacinas.

É importante a utilização dos anticorpos na biotecnologia aplicada à saúde, porque os anticorpos devido à sua elevada especificidade conseguem combater alguns antigénios.
A utilização de anticorpos permite:
- reconhecimento de antigénios específicos mesmo quando presentes em quantidades reduzidas.
- o ataque dirigido às células que apresentam antigénios específicos, o que acaba por aumentar a eficácia da terapêutica e reduzir eventuais adversos sobre outras células.

Anticorpos policlonais
Estes anticorpos são um conjunto de anticorpos com diferentes especificidades, produzidos em resposta a um antigénio ou determinante antigénico.

Anticorpos monoclonais
São anticorpos produzidos em laboratório com elevada especificidade para um determinado antigénio ou determinante antigénico.
Estes anticorpos são produzidos laboratorialmente, em grande quantidade, através de um processo de fusão in vitro que consiste no isolamento a partir do baço de um animal inoculado com um antigénio para activar o linfócito B , posteriormente dá-se a fusão "in vitro" deste linfócito com o mieloma que é uma célula tumoral do sistema imunitário que se divide continuamente.

O resultado desta fusão é o hibridoma que possui como características:- produzir grandes quantidades de anticorpos específicos para um único determinante antigénico;

- dividir-se activamente, dando origem a um grande número de células;

A utilização de animais em laboratório é um mal necessário, pois as pesquisas desenvolvidas na área da medicina visam, entre outras coisas a optimização de métodos de diagnóstico e de terapias para determinadas doenças. Antes da administração de um qualquer medicamento em humanos, é necessário testar a sua funcionalidade, e eventuais efeitos secundários. Esses estudos são efectuados em animais para a segurança de uma eventual falha.



A Bioconversão consiste na transformação de um determinado composto noutro composto estruturalmente relacionado, e com valor comercial, por células ou microorganismos. Esta técnica apresenta vantagens como:
- permite a obtenção de produtos que resultam de vias metabólicas complexas;
- diminui o número de etapas necessárias para a obtenção do produto, o que torna a sua produção mais rápida e económica;
- aumenta o grau de pureza dos produtos obtidos, diminuindo o risco de alergias;

Apresenta também as seguintes aplicações:

- Antibióticos
- Esteróides
- Vitaminas
- Vacinas
- Proteínas humanas

NOTÍCIAS: Pequim muda o sexo das árvores para evitar alergias

Plantas soltam penugem que se espalha facilmente e causa vários tipos de alergia.
PEQUIM - O Consistório de Pequim começou a intervir na genética das 370 mil árvores da capital chinesa com o objetivo de conseguir uma "mudança de sexo" que impeça a proliferação da penugem de suas folhas, que agrava a "contaminação biológica" da cidade.
O jornal Beijing News publicou nesta quarta-feira, 21, que o Instituto Municipal de Jardins e Florestas aplica o experimento no bairro residencial de Anzhen Xili, no norte da cidade, onde fica um dos maiores parques da capital. Lá, dezenas de chineses passeiam, jogam tênis de mesa e cartas entre fileiras de estátuas de Confúcio.
O salgueiro branco (Salix alba) é uma das espécies mais abundantes em Pequim e a penugem desprendida pela árvore - que se espalha pela cidade na primavera - causa alergias, erupções cutâneas, inchaço e asma, entre outros danos à saúde, segundo as autoridades municipais.
Para combater o "efeito penugem", cientistas do instituto começaram a abrir buracos nos salgueiros brancos e inserir neles galhos de salgueiro chorão (Salix babylonica), além de injetar nas árvores um inibidor do crescimento de penugem nos frutos.
O jornal classificou o experimento como uma "mudança de sexo", e uma alternativa eficiente à poda de árvores e à "contaminação biológica", que na primavera intoxica os moradores da capital, obrigando-os a usar máscaras para evitar doenças.
As autoridades municipais responsáveis pelas áreas verdes da cidade pretendem estender a "mudança de sexo" aos salgueiros das áreas residenciais e comerciais mais populosas.
As árvores de Pequim costumam assombrar muitos biólogos estrangeiros, surpresos pela falta de vida das cascas, devido aos altos níveis de poluição que atingem a capital chinesa.

Fonte: - www.google.pt

- Osório, Lígia Silva - Preparar os testes 12º ano - Areal Editores;

- Ribeiro, Elsa; Silva, João Carlos; Oliveira, Óscar - Biodesafios 12ºano - Edições Asa;


Friday, March 23, 2007

Alterações do material genético

Mutações

Uma mutação é uma modificação casual ou induzida na informação genética. A mutação só é passada para os descendentes de organismos complexos se ocorrer em células germinativas.
Para que haja mutação, é primeiro necessário que ocorra um dano na seqüência de nucleotídeos do DNA. As células possuem um arsenal de mecanismos de reparação do DNA encarregados de anular o possível dano, mas ocasionalmente pode ocorrer uma falha nesses mecanismos (ou o dano é simplesmente irreparável), e as células replicam-se nestas condições. Ainda, as células replicadas com danos no DNA raramente persistem. Apenas uma pequena proporção de células sobrevivem carregando os danos genéticos da célula-mãe, passando a apresentar estas novas características: enfim ocorre uma mutação.



Mutações génicas


Alteram a sequência de nucleótidos do DNA, por substituição, adição ou remoção de bases.

- substituição-existe uma substituição de uma só base de DNA, podendo ser :
- mutações silenciosas-substituição de uma base de DNA por outra, mas que resulta num codão que codifica o mesmo aminoácido.Não tem efeito sobre o fenótipo.

- mutações com perda de sentido-substituição de uma base de DNA por outra, que tem como consequência a substituição de um aminoácido por outro na protaína codificada. A conformação da proteína pode ser alterada.

- mutações sem sentido-substituição de uma base de DNA por outra, de tal modo que, no mRNA, um codão que especifica um aminoácido é alterado para um codão de STOP, ou o contrário. Origina uma protaína mais cuta ou mais longa do que a proteína normal.


-delecção-remoção de uma ou mais bases de DNA.

-inserção-adição de uma ou mais bases ao DNA.




Mutações cromossómicas
Traduzem-se numa alteração da estrutura ou do número de cromossomas.



Mutações cromossómicas estruturais


Causas:

- delecção - perda de um segmento cromossómico em que parte do material genético é removido. A causaé o cruzamento de cromossomas e a quebra nos pontos de cruzamento, a que se segue uma reconstituição em que um segmento é eliminado.

- duplicação - existência de duas cópias de uma dada região cromossómica, frequentemente associada à delecção no correspondente cromossoma homólogo.

- inversão - remoção de um segmento de DNA e inserção numa posição invertida num outro local do cromossoma.

- translocação - transferência de segmentos entre cromossomas não homólogos.



Mutações cromossómicas numéricas


Tipo de mutação:

-poliploidia- existe pelo menos um conjunto completo de cromossomas a mais.

-aneuploidia-existem cromossomas a mais ou a menos em relação ao número normal. Geralmente, envolve apenas um único par de cromossomas, e pode ser heterossómica ou autossómica. São principalmente causadas pela não disjunção dos cromossomas homólogos ou dos cromatídeos na anafase da meiose I ou II.


As aneuploidias podem ser classificadas em:

-nulissomia- é a ausência de um par de cromossomas homólogos, não sendo viável no Homem.

-monossomia- ausência de um dos cromossomas homólogos num dado par. Exemplo: Síndrome de Turner (45, x0).


-trissomia-ocorrência de um cromossoma extra num dado par de cromossomas homólogos. Exemplo: trissomia 21 (47,XX + 21 ou 47, XY + 21)


síndrome de Klinefelter (47,XXY)




síndrome de Edwards ( 47, XX + 18 ou 47,XY + 18)

síndrome de Patau (47,XX + 13 ou 47,XY +13)



As mutações podem ser:

-mutações somáticas- são mutações que ocorrem nas células não sexuais do organismo, durante a replicação do DNA que precede uma divisão mitótica. Estas mutações não são transmitidas à descendência, excepto em seres vivos que se reproduzem assexuadamente.

-mutações nas células germinativas-ocorrem nas células que originam os gâmetas, durante a replicação de DNA que precede a meiose. A mutação afecta os gâmetas e todas as células que deles descendem após a fecundação.


As mutações podem ocorrer espontaneamente ou podem ser induzidas por exposição a um agente mutagénico.

-mutações espontâneas-podem ocorrer em qualquer gene e em qualquer local do gene, sem que haja qualquer influência externa.Pode ocorrer devido:
- ao facto da cadeia de DNA emparelhar consigo própria durante a replicação;
- erros na meiose pela não disjunção dos cromossomas homólogos;
- erros na replicação de DNA motivados pela DNA polimerase;


- mutações induzidas-podem ocorrer provocadas por agentes mutagénicos externos que causam alterações pemanentes no DNA. Pode ocorrer devido:
- à danificação do material genético por exposição a agentes mutagénicos como raios X, raios UV, gás mostarda,etc;
- alterações de bases nucleotídicas por agentes químicos como ácido nítrico;



Mutações e cancro

Caso a mutação ocorra a nível das células somáticas, pode ocorrer uma das diversas formas de cancro.

O cancro é uma doença genética que resulta da perda de controle do ciclo celular. A divisão de uma célula com mais frequência do que o normal dá origem a uma população de células em proliferação descontrolada e forma uma massa de células, ou tumor. O cancro surge devido a mutações nos proto-oncogenes, que acabam por se transformar em oncogenes, ou em genes supressores de tumores, estes são genes que codificam produtos que controlam o ciclo celular.

Genes relacionados com o aparecimento do cancro:

- proto – oncogenes - são genes normais que codificam protaínas que estimulam o crescimento e a divisão celular.
- oncogenes - resultam da mutação de proto – oncogenes.

A activação de um oncogene resultante de um proto – oncogene pode decorrer durante exposições a factores ambientais de natureza física, química ou biológica (agentes mutagénicos).

- genes supressores de tumores - os produtos destes genes inibem a divisão celular. A perda destes genes ou a diminuição da sua actividade contribui para o aparecimento de um cancro.

- genes que codificam proteínas reparadoras do DNA – as mutações nestes genes permitem a acumulação de outras mutações, algumas das quais em proto – oncogenes ou genes supressores de tumores.


As células cancerosas têm as seguintes características:
- são pouco especializadas e com forma arredondada;
- dividem – se continuamente;
- invadem os tecidos adjacentes;
- podem instalar-se noutros locais do organismo originando novos tumores designados metástases.



Engenharia genética

A engenharia genética permite manipular directamente os genes de determinados organismos com objectivos práticos. São várias as aplicações da engenharia genética.

A engenharia genética inclui as técnicas de:
- DNA recombinante (rDNA);
- DNA complementar (cDNA);
- Reacções de polimerase em cadeia (PCR);
- DNA fingerprint.


Tecnologia de DNA recombinante
Esta técnica baseia-se na utilização de ferramentas moleculares como as enzimas de restrição, as ligases de DNA e os vectores.
- enzimas de restrição – reconhecem determinadas sequências de DNA e cortam a molécula nesses locais, designadas zonas de restrição.
- ligases de DNA – são enzimas que ligam covalentemente as duas cadeias de DNA, depois de estas se terem emparelhado por complementaridade de bases.
- vectores – fragmento de DNA, que transfere o DNA de uma célula do organismo dador para uma célula ou organismo receptor.

A técnica de DNA recombinante permite obter organismos geneticamente modificados (OGM). E torna possível isolar genes de organismos complexos e estudar as suas funções a nível molecular.




Tecnologia de DNA complementar
A produção do DNA complementar é obtida a partir de um mRNA pela acção da transcriptase reversa.

O processo de obtenção processa-se da seguinte forma:
- isolamento de uma molécula mRNA funcional das células;
- adição da transcriptase reversa e nucleótidos livres. A transcriptase reversa catalisa a síntese de uma cadeia simples de DNA a partir de um molde de mRNA;
- junção da enzima que degrada o mRNA que serviu de molde e do DNA polimerase que catalisou a formação da cadeia complementar do DNA.

Assim, o c DNA pode ser inserido através de um vector contendo o promotor e sequências reguladoras.

Esta técnica permite obter cópias de genes que codificam produtos com interesse, tornando possível a produção de proteínas humanas por procariontes que podem ser cultivados facilmente em biorreactores.


Reacções de polimerase em cadeia (PCR)
Técnica que permite amplificar qualquer porção de DNA fora das células.
Nesta técnica necessitamos de:
- fragmentos de DNA a amplificar, para ser aquecido de modo a separar as duas cadeias de dupla hélice;
- adição de nucleótidos livres e DNA polimerase resistentes ao calor. E a DNA polimerase catalisa a formação das cadeias complementares reconstituindo a dupla hélice;
- procedimento repetido inúmeras vezes, e em cada circuito a quantidade de DNA duplica.

É uma técnica que permite obtenção de grandes quantidades de DNA em pouco tempo, a partir de uma quantidade muito pequena.


DNA fingerprint ou impressões digitais genéticas
É uma técnica submetida á acção de enzimas de restrição, o DNA divide-se em fragmentos cujas dimensões e composição de nucleótidos varia de pessoa para pessoa. Diferentes fragmentos de DNA movimentam-se de diferente modo quando submetidos à electroforese e o resultado é um padrão de bandas que difere de indivíduo para indivíduo.

DNA fingerprint é utilizado em investigação criminal, forense e histórica, permitindo a partir de material biológico deixado num local comparar com a dos suspeitos,
Também é utilizada na determinação da paternidade.




Thursday, March 15, 2007

Excepções às leis de Mendel

Dominância incompleta ocorre em indivíduos heterozigóticos que apresentam fenótipos intermédios entre os seus progenitores de linhagens puras, isto acontece porque uma única cópia do gene funcional não ser suficiente para assegurar o fenótipo, em outras palavras a expressão génica de um único gene não é suficiente para produzir uma quantidade mínima de enzima, por exemplo.


Exemplo:
A "Flor maravilha", cuja cor das pétalas pode ser, quando em homozigose, vermelha ou branca. O cruzamento de linhas puras dos dois tipos origina uma flor com características intermédias ao dos progenitores, ou seja, originam flores de cor rosa. Isto acontece porque a expressão gênica de um único alelo para pétalas vermelhas, não é capaz de produzir uma quantidade de enzima, consequentemente, pigmento vermelho suficiente para dar a pétala a cor vermelha; a pouca quantidade de pigmento vermelho origina a cor rosa.


Codominância é um tipo de interação entre alelos de um gene onde não existe relação de dominância, o indivíduo heterozigoto que apresenta dois genes funcionais, produz os dois fenótipo, isto é, ambos os alelos do gene em um indivíduo diplóide se expressam.

Exemplo: O tipo sanguíneo humano, apresenta 3 alelos IA, IB e i. Portanto apresenta 6 genótipos diferentes que originam 4 fenótipos diferentes: o tipo A, B, AB e O.

IA/IA; IA/i --> Tipo A

IB/IB; IB/i --> Tipo B
IA/IB --> Tipo AB
i/i --> Tipo O



Reparar que quando o indivíduo for heterozigoto (IA/IB), são expressos os dois antígenos de membrana.



Alelos são formas alternativas de um mesmo gene e que, consequentemente ocupam mesmo loco em cromossomos homólogos. Os efeitos genéticos destes alelos dependem de suas relações de dominância. Estes alelos têm origem nas mutações, que são capazes de causar alterações estruturais nos genes de tal forma que é possível ocorrer mais de um par de alelos para um determinado gene.



Alelos múltiplos referem-se a uma série, constituída de três ou mais alelos, pertencentes a um mesmo gene e que ocorre dois a dois em um organismo diplóide. Nas células somáticas de um indivíduo diplóide pode existir dois alelos diferentes de uma determinada série, enquanto que no gameta existe apenas um. Assim, considerando uma série constituída de 8 alelos, existiriam na célula somática e gamética de um hexaplóide, 6 e 3 alelos, respectivamente e na de um tetraplóide, 4 e 2, respectivamente.


Alelos letais

Nesse caso a manifestação fenotípica do alelo é a morte do indivíduo, seja na fase pré-natal ou pós-natal, anterior a maturidade. Os alelos letais dominantes surgem de mutações de um alelo normal. Os portadores morrem antes de deixar descendente, sendo rapidamente removido da população.


Os alelos letais recessivos só resultam na morte do indivíduo quando em homozigose. Os heterozigotos podem não apresentar efeitos fenotípicos deletérios, e assim permitem que esses alelos permaneçam na população, mesmo que em baixa freqüência. Como ilustração cita-se o gene C/c que controla a quantidade de clorofila na flor ornamental boca-de-leão. Assim, tem-se:


CC = folha verde
Cc = folha verde claro
cc = letal



O gene é a unidade fundamental da hereditariedade. Cada gene é formado por uma seqüência específica de ácidos nucleicos, que está associada com funções reguladoras e funções codificantes. Assim o gene que codifica para uma determinada proteína tem a sequência de bases que codifica para essa proteína, mas também regiões que permitem regular a produção dessa proteína. O conjunto dos genes de um organismo, população ou espécie constitui o genoma.

O gene é um dos fatores que determinam a forma ou função de uma ou várias característica dos seres vivos, pois é por meio de genes que são determinadas proteínas.


Um cromossomo ou cromossoma é uma longa sequência de DNA, que contém vários genes, e outras sequências de nucleótidos (nucleotídeos) com funções específicas nas células dos seres vivos.


Nos cromossomos dos eucariontes, o DNA encontra-se numa forma semi-ordenada dentro do núcleo celular, agregado a proteínas estruturais, as histonas, e toma a designação de cromatina.


Os procariontes não possuem histonas nem núcleo. Na sua forma não-condensada, o DNA pode sofrer transcrição, regulação e replicação.

Durante a mitose, os cromossomos encontram-se condensados e têm o nome de cromossomos metafásicos e é a unica ocasião em que se podem observar com um microscópio óptico.

O primeiro investigador a observar cromossomas foi Karl Wilhelm von Nägeli em 1842 e o seu comportamento foi descrito em detalhe por Walther Flemming em 1882. Em 1910, Thomas Hunt Morgan provou que os cromossomos são os portadores dos genes.


Thomas Hunt Morgan (25 de Setembro, 1866 - 4 de Dezembro, 1945) trabalhou em História natural, Zoologia, e macromutação da Drosophila. Devido ao seu trabalho, a Drosophila tornou-se num dos principais modelos animais na area da genética. As suas contribuições mais importantes foram para a genética, pelas quais ganhou o prémio Nobel da Medicina em 1933 por provar que os cromossomas são portadores de genes.



O Género Drosophila é formado por um grande número de espécies de pequenas moscas. Atualmente há cerca de duas mil espécies descritas no género.

Durante muito tempo as drosófilas foram conhecidas como moscas-das-frutas, entretanto essa nomenclatura já não é mais utilizada por referir-se mais apropriadamente às moscas da família Tephritidae, que causam prejuízo aos fruticultores. As drosófilas se alimentam de leveduras em frutos já caídos em início de decomposição, e portanto não causam prejuízo. Algumas espécies se alimentam em outros substratos como cactáceas, também em início de decomposição, e guano de morcego, entre outros.

Dentre todas as espécies do género, a mais conhecida é a Drosophila melanogaster. Esta espécie foi usada como modelo em pesquisas que contribuiram para o desenvolvimento de importantes conceitos de Genética.


Uma árvore genealógica é um histórico de certa parte dos ancestrais de uma pessoa ou família. Mais especificamente, trata-se de uma representação gráfica genealógico para mostrar as conexões familiares entre indivíduos, trazendo seus nomes e, algumas vezes, datas e lugares de nascimento, casamento e morte.



Uma árvore genealógica também pode representar o sentido inverso, ou seja, de um ancestral comum sendo a raiz da árvore até todos seus descendentes colocados nas suas inúmeras ramificações.




  • Características ligadas ao sexo


O daltonismo é um defeito na visão em que o indivíduo confunde cores. Comumente a confusão se faz entre o verde e o vermelho e daí o nome, dado em relação ao químico Dalton, que sofria desta anomalia. Este defeito é provocado por um alelo recessivo ligado ao sexo.

Fenótipo...........Homem..............Mulher
Normal..............XDY..............XDXD ou XDXd
Daltónico..........XdY....................XdXd



A hemofilia é uma anomalia na capacidade de coagulação do sangue, regulada por um alelo recessivo ligado ao sexo. É uma doença que causou grande mal às famílias reais européias, depois de ser introduzida pelos descendentes da rainha Vitória. Os sintomas apresentados pelo hemofílico são: hemorragia quer por ferimento ou não; sangramento de natureza de fluxo lento e persistente; sangramento duradouro. Pode durar semanas e então levar a uma anemia profunda. Verificou-se que a coagulação em tubo de ensaio poderia levar 30 minutos ou horas se o sangue fosse de um hemofílico. Com relação a este caráter são verificados os seguintes genótipos e fenótipos:

Fenótipo............Homem.............Mulher
Normal................XHY..........XHXH ou XHXh
Hemofílico...........XhY.................XhXh


Os zigotos hemofílicos femininos tem possibilidades teóricas para existirem, entretanto nunca foram convenientemente admitidos. Estes zigotos seriam formados a partir do casamento entre um homem XhY e uma mulher XHXh. A chance do homem hemofílico, vir a se casar é pequena e, mesmo que o casamento ocorra, a probabilidade de surgir uma mulher hemofílica é de apenas 25%.







Património Genético

  • Primeira Lei de Mendel

Johann Mendel nasceu a 22 de Julho de 1822, em Heinzendorf, na parte da Silésia que então pertencia à Áustria. Em 1843 entrou no Mosteiro Agostiniano de São Tomás, em Brünn, hoje Brno, na República Checa, onde foi ordenado padre com o nome de Gregório (Gregor), e tornou-se, mais tarde, abade (Superior).Não conseguindo aprovação no exame para professor ginasial (hoje 5ª a 8ª série do ensino fundamental), ainda como suplente, foi leccionar Filosofia em Ormutz. Saiu dali entre 1851 e 1853, enviado à Universidade de Viena por seu superior, que queria dar ao jovem clérigo uma oportunidade de desenvolver seu interesse pela ciência. Após três anos de dedicação à física, química, biologia e matemática, voltou a província. E dividiu o tempo entre leccionar numa escola técnica (Física e História Natural em Staatsrealschule) e plantar ervilhas no jardim no mosteiro. Com alguns colegas de magistério, fundou em 1862 a Sociedade de Ciências Naturais de Brno. E paradoxalmente, enquanto tentava ser aprovado oficialmente como professor de Biologia - o que nunca conseguiu - Mendel fez descobertas que criaram um novo ramo dentro das ciências biológicas: a genética, ciência que estuda a herança e a variação.Tinha a seu cargo a supervisão dos jardins do mosteiro, o que lhe proporcionava inúmeros passeios, onde observou que plantas da mesma espécie apresentavam diferentes aspectos. A partir destas observações, Mendel delineou um estudo com o objetivo de descobrir como apareciam as diferentes características nos indivíduos. Realizou estudos com plantas e animais, mas os melhores resultados que obteve foram com a ervilheira Pisum Sativum, que ele criava no jardim do mosteiro. Entre 1856 e 1863 cultivou, cruzou e anotou a distribuição dos descendentes, num total de 28.000 pés de ervilhas.

Os seus dois grandes trabalhos, hoje clássicos, são:

-Ensaios sobre a Hibridação das Plantas e sobre algumas bastardas das Hieráceas obtidas pela Fecundação Artificial.

As leis de Mendel (ou mendelismo) são a base da moderna genética.Mendel apresentou os resultados de suas pesquisas pela primeira vez em duas conferências para a Sociedade de História Natural de Brno, nos dias 8 de Fevereiro e 8 de Março de 1865. Existem duas versões para esses acontecimentos. A primeira relata que as conferências foram assistidas por um público muito pequeno, o que fez com que o monge cientista se limitasse à leitura de seus manuscritos. Portanto, sua apresentação teria sido considerada pouco interessante. Uma segunda versão relata que o público era numeroso, e que ele não só apresentou seus dados como também os demonstrou com fórmulas matemáticas. A propósito, ele era considerado um excelente professor. Os textos das duas conferências foram publicados em 1866 na revista Relatórios dos Trabalhos da Sociedade Natural de Brno. Algumas cópias foram enviadas para Alemanha, Áustria, Estados Unidos e Inglaterra. Não houve receptividade e foram recebidos, por alguns, friamente. Mesmo sendo ignorado pela comunidade científica da época, ele manteve o optimismo e a confiança no seu trabalho. Em 1900, a obra do monge cientista foi revista, adquirindo a importância que lhe era devida. Essa valorização, ainda que tardia, deve-se a três biólogos: o holandês Hugo de Vries (1848-1935), o alemão Carls Correns (1864-1933) e o austríaco Erich Tschermak (1871-1962), que obtiveram resultados idênticos aos de Mendel em seus experimentos. Esses pesquisadores, através de uma consulta bibliográfica, verificaram que o trabalho do monge sobre hereditariedade tinha sido publicado 35 anos antes de seus próprios estudos. Em sua homenagem, baptizaram as leis da hereditariedade de Leis de Mendel.Razões para o sucesso de Mendel:Material escolhido: grande número de descendentes e rápida reprodução, permitindo ao mesmo observador a análise de várias gerações sucessivas. O que ocorria em somente uma geração era considerado acidental e somente a repetição, em várias gerações, permitia transformar uma observação num fato.Método de estudo: um caráter por vez, ignorando os demais detalhes.Mendel destacou-se por ter adotado procedimentos metodológicos científicos e criteriosos. Destacam-se os fatos de ter analisado um carácter por vez; trabalhado com geração parental pura, isolados em canteiros diferentes do Mosteiro; e ter quantificado os dados. Para executar seus experimentos, Mendel adquiriu em casas especializadas sementes de 34 variedades puras de ervilhas. Para assegurar-se de que lidava com variedades verdadeiramente puras, cultivou-as durante vários anos, antes de iniciar as suas experiências. Os cruzamentos foram feitos com grande cuidado, quando as ervilhas estavam em flor. Para prevenir a autofertilização nas "flores-teste", as anteras daquelas flores escolhidas para serem as flores paternais eram removidas antes que suas estruturas receptoras de pólen estivessem completamente maduras. O pólen do progenitor escolhido era transferido na época apropriada para o estigma da flor designada para ser a geradora da semente. Ao realizar experiências com sete características diferentes de variedades puras de ervilhas, Mendel deduziu a existência de unidades hereditárias, que actualmente chamamos de genes, os quais expressam, frequentemente, caracteres dominantes ou recessivos.

Uma das características estudadas por Mendel foi a "cor da semente" das ervilhas. Mendel cruzou ervilhas de sementes amarelas, consideradas puras por serem obtidas por autofecundação natural, com ervilhas de sementes verdes, também puras. Esta primeira geração é denominada parental e simbolizada pela letra P. Como resultado obteve na geração seguinte, simbolizada por F1 (filhos da primeira geração), apenas ervilhas de sementes amarelas. Em seguida deixou que os indivíduos da geração F1 se autofecundassem naturalmente. Obteve assim os filhos da segunda geração, simbolizados por F2. Na geração F2 encontrou 8023 descendentes, assim distribuídos: 6022 eram ervilhas de sementes amarelas e 2001 ervilhas de sementes verdes. Ou seja, há em F2 uma proporção de 3 ervilhas de sementes amarelas (6022/2001) para 1 de sementes verdes (2001/2001) ou 75% para 25%.

Observando que todos os indivíduos da primeira geração de descendentes apresentavam sementes amarelas, e que provinham do cruzamento de linhagens puras amarela e verde, Mendel denominou a característica amarela de dominante. Para o carácter verde reservou o termo recessivo, pois essa característica permanecia em recesso na geração F1.Para explicar a proporção obtida na segunda geração de descendentes, Mendel elaborou a hipótese de que as características hereditárias são determinadas por factores ou elementos que não se misturam. Concluiu ainda que: “cada característica é determinada por um par de factores ou elementos. Estes se separam ou segregam-se entre si durante a formação dos gâmetas, indo apenas um factor para cada gâmeta. Ocorrida a união dos gâmetas, esses factores voltam a se juntar reconstituindo o par”. O experimento mendeliano aqui apresentado pode ser esquematizado. Para isso representam-se os factores mendelianos (actualmente genes) por letras, de acordo com a seguinte regra: “toma-se à letra inicial do caráter recessivo. Esta letra, minúscula, representará o factor recessivo. A mesma letra, maiúscula, representará o factor dominante”. Como no cruzamento apresentado o caráter recessivo é a cor verde das sementes de ervilha, e o dominante, a cor amarela, usam-se: v para representar o factor verde e V para o factor amarelo. O factor para amarelo (V) domina o factor para verde (v).

Cruzando 2 linhagens puras (homozigóticos), todos os descendentes serão heterozigóticos.Trabalhamos com probabilidades: cruzando dois heterozigóticos (Vv) a probabilidade de nascerem homozigóticos dominantes (VV) é de 1/4 ou 25%, de nascerem heterozigóticos (Vv), como os pais, é de 2/4 ou 50% e a de nascerem homozigóticos recessivos (vv) é de 1/4 ou 25%.Utiliza-se a primeira lei de Mendel ou lei da segregação, ou ainda lei da pureza dos gâmetas, sempre que representamos os anterozóides ou as oosferas que uma ervilha pode produzir ou os espermatozóides ou óvulos que um animal pode produzir para certa característica. Hoje ela é conhecida como Meiose e corresponde ao final da metáfase e início da anáfase I. Hoje também sabemos que os factores propostos por Mendel são os genes alelos. Por isso, com base nos actuais conhecimentos biológicos, podemos enunciar a primeira lei de Mendel da seguinte forma:“Cada caráter é condicionado por um par de genes alelos que se segregam entre si, com a mesma probabilidade, na formação dos gâmetas, indo apenas um gene para cada gâmeta”. Lembrar sempre que os gâmetas são células haplóides e jamais apresentarão, enquanto normais, genes aos pares para uma característica, de modo que qualquer gâmeta recebe apenas um dos alelos pareados, para cada característica.

  • Segunda Lei de Mendel

Lei que Johann Gregor Mendel estabeleceu, analisando a transmissão simultânea de dois pares de factores (modernamente, alelos), e que pode ser assim enunciada: "Os factores para duas características segregam-se independentemente, combinando-se ao acaso nos gâmetas". Esta lei pode ser estendida para a transmissão de mais de dois pares de factores mas somente é aplicada aos genes que se localizam em pares de cromossomas diferentes. O que acontece quando estudamos cruzamentos de plantas puras que diferem em duas características? Utilizaremos, para treinamento, letras convencionadas para os genes, como é comum, alterando a regra da letra inicial do recessivo, em minúscula para representá-lo e em maiúscula para representar o dominante; convencionaremos para um dos caracteres, cor, e seguiremos a regra em outro, a superfície.Y: determina cor amarela da semente.y: determina cor verde da semente.R: determina a superfície lisa da semente.r: determina a superfície rugosa da semente.Uma linhagem pura YYRR, ao se autopolinizar, vai produzir sementes amarelas e lisas apenas. Já uma linhagem pura yyrr, ao se autopolinizar produz somente sementes verdes e rugosas. Mendel cruzou estas duas linhagens e obteve na geração F1 sementes amarelas e lisas apenas, como era de se esperar.

P: ervilhas amarelas e lisas X ervilhas verdes e rugosas

YYRR x yyrr

YR e yr

F1: 100% (YyRr)-amarelas e lisas(diíbridas ou duplamente heterozigotas).

Mendel, em seguida, quis comparar a proporção de cada característica, na geração F2, num cruzamento diíbrido para ver se era equivalente a proporção observada num cruzamento monoíbrido. Por exemplo: será que a relação entre amarela e verde num cruzamento diibrido (entre heterozigóticos para dois caracteres) é igual a relação entre amarelo e verde num cruzamento monoíbrido (entre heterozigóticos para um carácter)?

P(F1): descendente da F1 X descendente da F1

YyRr x YyRr

YR , Yr , yR , yr e YR , Yr , yR , yr

F2: 9/16 de amarelas-lisas : 3/16 de amarelas-rugosas : 3/16 de verdes-lisas : 1/16 de verdes-rugosas.

Ao cruzar os indivíduos desta geração F1, ele obteve sementes amarelas e lisas; amarelas e rugosas; verdes e lisas, e, verdes e rugosas, na proporção 9:3:3:1. Ele repetiu este experimento para outros pares de características e obteve a mesma relação.Mendel contou todas as sementes amarelas (12/16= 3/4) da F2, não importando se eram rugosas ou lisas. O mesmo ele fez para as verdes (4/16= 1/4). Depois ele contou as lisas (12/16) e as rugosas (4/16), da mesma maneira. Ele chegou as seguintes proporções: 3:1 (amarelas e verdes) e 3:1 (lisas e rugosas). A mesma proporção encontrada para as mesmas características analisadas num cruzamento monoíbrido. Mendel concluiu que os dois sistemas de herança (transmissão hereditária da cor e transmissão hereditária da superfície) são independentes. A relação 9:3:3:1 seria uma combinação aleatória de duas proporções 3:1. O resultado seria o mesmo se tivessemos analisado um carácter por vez e depois multiplicado as proporções de um pelas proporções do outro.

Friday, February 02, 2007

Síndrome de Klinefelter

Síndrome de Klinefelter

O que é?

A Síndrome de Klinefelter é provavelmente a variação cromossómica mais comum encontrada em seres humanos. A cada 500 nascimentos é encontrado um menino com a síndrome. Uma vez que a grande maioria destes casos não serão diagnosticados, isto mostra que em muitos casos de indivíduos afectados, eles levam vidas normais sem problemas médicos ou sociais. Dr. Harry Klinefelter descreveu correctamente essa síndrome em 1942. Após 1956, outros pesquisadores relataram que muitos meninos com a mesma descrição possuíam cariótipo com 47 cromossomas em cada célula de seus corpos em lugar do usual número de 46, sendo esta síndrome é muitas vezes escrita como 47,XXY. Este cromossoma sexual extra (X) causava uma mudança característica nestes meninos.

Causa

A causa da síndrome de Klinefelter é a existência de um cromossoma X adicional que afecta somente os homens. Esse cromossoma adicional surge quando ocorre a não-disjunção dos cromossomas sexuais durante gametogénese, tanto no homem quanto na mulher.


Diagnóstico

Até a década de 60 o único meio de confirmação da Síndrome de Kinefelter era a biópsia testicular.Nos dias actuais, entretanto, esse exame perdeu sua importância e só é realizado após esgotarem-se as possibilidades oferecidas pela citogenética. O exame genético da Síndrome de Kinefelter, feito actualmente, mostra que o cariótipo de um portador geralmente é 47, XXY. Um exame simples e económico é a detecção do corpúsculo de BAAR (cromatina sexual). Isso torna o exame do cariótipo do paciente necessário somente quando o estudo do cromossoma sexual contraria o quadro clínico.Apesar desse novo estilo de exames ter tornado possível o diagnóstico em pacientes pré-púberes, a maioria dos casos só são detectados em pacientes após a puberdade quando se iniciam os primeiros sinais (ginecomastia, hipogenitalismo) ou então em testes de fertilidade já que uma parte dos homens estéreis pode ser portadora de Síndrome de Kinefelter.


Características fenotípicas

Ø Esterilidade
Ø Desenvolvimento de seios (Ginecomastia)
Ø Características masculinas incompletas
Ø Problemas sociais e/ou de aprendizagem
Ø Preferência por jogos calmos
Ø São frequentemente carentes e reservados
Ø Tremores nas mãos
Ø Frustração causa explosão de temperamento
Ø Dificuldade de concentração
Ø Baixo nível de actividade
Ø Baixo grau de paciência
Ø Dificuldade de despertar pela manhã
Ø Baixa auto - estima



Tratamento

Na ocorrência de características apontarem para o metabolismo com baixo nível de hormonas, o tratamento com hormonas sexuais masculinos pode ser benéfico.A forma mais comum de tratamento envolve a administração uma vez ao mês através de Depotestosterona injectável, uma forma sintética de testosterona. A dose necessita ser aumentada gradualmente e ser aplicada mais frequentemente com o avançar da idade.O tratamento visa a progressão normal do desenvolvimento físico e sexual, incluindo o crescimento de pêlos púbicos e o aumento do tamanho do pénis e testículos, crescimento da barba, desenvolvimento da voz grave e aumento da força muscular.


Outros benefícios observados:

Melhoria do raciocínioMelhoria da atenção Mais energia e um alto grau de concentraçãoDiminuição do tremor nas mãosMelhoria do auto controleMelhoria da actividade sexualFacilidade na aprendizagem e assentamento no trabalhoMelhoria da auto-estima


Cronologia
1942 - Klinefelter, Reifenstein e Albright descreveram a Síndrome de Klinefelter
1959 - Jacobs e Strong demonstraram o cariótipo 47, XXY nos pacientes Síndrome de Klinefelter.
1959 e 1960 - Barr et al.(59) e Ferguson-Smith (60) detectaram o cariótipo 48,XXXY que apresentava quadro semelhante à Síndrome de Klinefelter
1960 - Muldal e Ockey descreveram o cariótipo 48, XXYY que foi inicialmente chamado de macho duplo, mas essa designação foi abandonada.
1960 - Fraccaro e Lindsten descreveram pela primeira vez o cariótipo 49, XXXXY
1963 - Bray e a irmã Ann Josephine, descreveram o cariótipo 49, XXXYY que é o mais raro associado aos sinais klinefelterianos
1977 - Del Porto, D´Alessandro e Capone verificaram que entre aqueles homens que apresentavam azoospermia (são estéreis), grande parte apresentava cariótipo 47, XXY sozinhos ou em mosaicos

Thursday, December 07, 2006

Reprodução Humana

  • SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino é formado por:

-Testículos ou gónadas

-Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.

-Pénis

-Escroto

-Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais.

Testículos: são as gónadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sertoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. No meio dos ductos seminíferos, existem as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) e produzem as hormonas sexuais masculinas, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:
-Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano.
-Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
-Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do tamanho das fibras musculares.
-Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
-Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteoporose.


Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides são armazenados.

Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será libertado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição do sémen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogénio não protéico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormonas produzidas em numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas actuam na contracção da musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras actuam promovendo vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias – dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e antiinflamatórios).

Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e activa os espermatozóides.

Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: têm secreção transparente que é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem função na lubrificação do pénis durante o acto sexual.

Pénis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pénis encontra-se a glande - cabeça do pénis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável aumento do tamanho (erecção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.

  • SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


O sistema reprodutor feminino é constituído por:

- dois ovários,

-duas tubas uterinas (trompas de Falópio)

- um útero

- uma vagina

- uma vulva

Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora.
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.
A vagina é o local onde o pénis deposita os espermatozóides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pénis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso eréctil, homólogo ao pénis do homem.

  • Legislação sobre o aborto

Um aborto, como quase tudo na vida, pode ser encarado de diferentes perspectivas e, consequentemente ter significados diferentes para pessoas diferentes.

Será um aborto uma simples intervenção cirúrgica e, portanto, pode ser encarado da mesma forma que se encara uma apendicectomia'

Razões de saúde

Estas razões não se prendem apenas com os aspectos físicos. Incluem também o aspecto psíquico e já estão previstos nas alíneasa) e b) do número 1. do artigo 142 do Código Penal.

Malformação do feto

Estes casos estão previstos na alínea c) do número 1. do artigo 142 do Código Penal.

Doença hereditária ou transmissível ao feto

Estes casos estarão, asim como doenças semelhantes previstos no número 1. do artigo 142 do Código Penal.

Violação

Estes casosestão previstos na alínea b) do número 1. do artigo 142 do Código Penal.

A idade da mãe

Estes casos estão previstos na actual lei mas podem ser muito reduzidos com educação sexual adequada e aconselhamento acompanhamento dos jovens.

Razões económicas

Estes casos não estão previstos na actual lei, mas poderão ser substancialmente reduzidos com planeamento familiar e o recurso à esterialização de um dos membros do casal.

Razões profissonais

Estes casos não estão previstos na actual lei, mas poderão substancialmente reduzidos com planeamento familiar.

  • Métodos contraceptivos

"A contracepção talvez seja a principal preocupação das mulheres em idade fértil, em todo o mundo. Para percebermos isso, basta analisarmos a alta taxa de gravidezes não planeadas. Os métodos contraceptivos, ainda hoje, são temas de várias polémicas e a maioria das mulheres, e também dos homens, ainda têm muitas dúvidas a respeito."

Introdução

Não adianta saber da existência dos diferentes métodos, é essencial o conhecimento de seu funcionamento, sua eficácia, vantagens e desvantagens. O desconhecimento desses factores leva ao seu uso inadequado, com o risco de uma gravidez indesejada.
É importante que se tenha em mente que antes de optar por um método contraceptivo específico, é recomendável que se consulte um ginecologista, que será capaz de avaliar seu caso, já que nem todas as mulheres podem usar todos os métodos disponíveis. Ou seja, existem algumas contra-indicações. Além do mais, durante a consulta, o médico esclarecerá suas dúvidas e discutirá com você o melhor método indicado.

Os métodos contraceptivos são classificados em cinco grupos:


• Métodos comportamentais;

• Métodos de barreira;

• Dispositivos intra-uterinos;

• Contracepção hormonal;

• Contracepção cirúrgica;


Métodos Comportamentais
Esses métodos baseiam-se na observação das características do ciclo menstrual, com abstinência sexual durante alguns períodos. Requerem que a mulher esteja sempre atenta aos sinais e seja capaz de reconhecê-los adequadamente, já que podem ocorrer variações importantes. Geralmente, calcula-se a data provável da ovulação e faz-se a abstinência por 4 dias antes e três dias depois dessa data, período de maior fertilidade da mulher. A importância principal desse grupo de métodos é para as mulheres com impedimento religioso ou cultural aos outros métodos.
Esses métodos apresentam baixa eficácia, alteram o comportamento do casal, dependem de motivação e aprendizagem e não protegem contra doenças sexualmente transmissíveis/AIDS.

1. Tabelinha, Ritmo, Ogino Knaus
A famosa tabelinha é bastante utilizada, ainda hoje. Consiste no cálculo do provável dia da ovulação e na abstinência sexual por 7 dias, nessa época. Esse método, porém, só deve ser utilizado por mulheres que tenham os ciclos menstruais regulares e que ovulem sempre no 14º dia do ciclo. Para sua aplicação, devem ser observados os ciclos por pelo menos 6 meses, antes do início.
O modo de usar é bastante simples. Utiliza-se a data provável da próxima menstruação e subtrai-se o número 14. O resultado é o dia provável da ovulação. Agora basta contar 4 dias antes e 4 dias depois. Durante esse tempo, o casal não deve ter relações sexuais. Vamos dar um exemplo:
Vamos supor que o primeiro dia de sua próxima menstruação será no dia 20. Bom, agora subtraímos 14 de 20 (20-14=6). A data provável da menstruação é dia 6. Subtraímos 4 dias e somamos 4 dias a essa data. Assim, a abstinência deve ser feita do dia 2 ao dia 10.

2. Temperatura Basal
Baseia-se no facto de que após a ovulação ocorre um aumento da temperatura corporal, em 0,3-0,8ºC, por três dias. Antes de iniciar o uso desse método, a mulher deve ter um período de alguns meses, no qual ela avaliará sua temperatura todos os dias e anotará em um gráfico, o que ajudará na determinação do padrão de elevação da temperatura. Para isso, todos os dias, ao acordar, antes mesmo de se levantar e antes de escovar os dentes, a mulher mede a temperatura com termómetro colocado debaixo da língua, anotando o valor em um gráfico. Após a determinação do padrão de aumento da temperatura, o método funciona da seguinte maneira: o casal deve fazer abstinência sexual durante toda a primeira parte do ciclo (ou seja, depois da menstruação) até três dias depois que a temperatura aumentou.

3. Muco cervical, Billings
Com este método, a mulher tenta prever o período fértil por meio da análise do muco proveniente do colo uterino. Logo depois da menstruação, existe um período em que a vagina permanece muito ressecada, e o muco vai aumentando aos poucos e vai se tornando mais escorregadio e elástico (a mulher consegue fazer um "fio" com o muco, abrindo os dedos). Ele fica mais elástico na época da ovulação. Assim, o casal deve fazer abstinência desde o período em que existe pouco muco até três dias depois da data de maior elasticidade.

4. Método Sintotérmico
É o uso conjunto dos três métodos anteriores. Aumenta a eficácia.

5. Ejaculação extravaginal (coito interrompido)
Consiste em retirar do pénis da vagina, antes da ejaculação. Não é um método recomendado, pois leva a um acto sexual incompleto e a ansiedade no casal. O índice de falha é alto porque muitos homens não conseguem controlar o momento da ejaculação e, além disso, o líquido seminal eliminado antes da ejaculação também contém espermatozóides. O uso constante desse método pode favorecer o desenvolvimento de dor pélvica na mulher, pois como ela não tem orgasmo há uma vasodilatação com acúmulo de sangue na região da pelve. Outro problema associado a esse método é que ele pode gerar, no homem, ejaculação precoce e disfunção erétil (impotência).


Métodos de Barreira
Esses métodos impedem que os espermatozóides cheguem ao útero.

1. Preservativo
Existem modelos masculino e feminino (raramente usado). O preservativo masculino é um método bastante utilizado, mas depende de uso correcto. A grande vantagem é que, além de proteger contra uma gravidez indesejada, protege contra doenças sexualmente transmissíveis/AIDS.
A principal desvantagem do preservativo masculino é a necessidade de colocação durante o acto sexual, antes de qualquer tipo de penetração. Além disso, requer motivação do casal. Algumas pessoas podem apresentar alergia. O preservativo feminino pode ser colocado bem antes da relação sexual e é mais resistente que a masculina; porém, não é muito estética.

2. Diafragma
É um dispositivo de borracha ou silicone que recobre o colo uterino. A eficácia desse método aumenta quando a mulher utiliza espermicida associado. Pode ser reutilizado, desde que seja bem lavado após o uso, e conservado com um pouco de amido (maisena) polvilhado. Ele deve ser colocado pelo menos 15 minutos antes da relação sexual, e deve ser retirado até 6 a 8 horas depois. Existem algumas alterações anatómicas que impedem seu uso.

3. Esponja
É uma pequena esponja feita de poliuretano, com espermicida. É descartável e de fácil colocação. Entretanto, é um produto importado e de alto custo.


4. Espermicida
São substâncias que matam os espermatozóides. Quando usados sozinhos não conferem protecção adequada. Os principais são: nonoxinol-9, octoxinol-9, menfegol.


5.Dispositivo Intra-Uterino (DIU)
O DIU é o método contraceptivo mais utilizado no mundo. É um dispositivo geralmente feito de cobre, que é colocado dentro do útero e leva a várias modificações do útero e da tuba uterina, além de provocar reacções que matam os espermatozóides.
Existem dois tipos principais: 1) o DIU de cobre, largamente utilizado, disponível no sistema único de saúde; e 2) o DIU com hormônio (um tipo de progesterona), de alta eficácia e que apresenta uma ação especial de alterar o muco do colo uterino, impedindo que os espermatozóides cheguem ao útero. O DIU é colocado pelo médico, de preferência durante o período menstrual, e apresenta durabilidade de alguns anos (depende do tipo). É extremamente eficaz, sendo que o risco de gravidez é bastante pequeno.


Contracepção Hormonal
São constituídos de hormônios sintéticos, geralmente a associação de um tipo de estrogénio e um tipo de progesterona. Esses métodos atuam no centro regulador do ciclo menstrual, levando a um estado em que a mulher não ovula. São bastante eficazes, com uma taxa de gravidez muito baixa.
Durante seu uso, podem ocorrer sangramentos irregulares, aparecimento de manchas no rosto e leve ganho de peso.

1. Contraceptivos Orais
São as famosas pílulas. Elas devem ser iniciadas no primeiro dia da menstruação e continuadas por 21 dias consecutivos, sem falhar. Após o término da cartela, a mulher faz uma pausa de sete dias e reinicia o uso no oitavo dia. É importante tomar a pílula sempre no mesmo horário, recomendação especialmente válida para as mini-pílulas.
Os mais utilizados são os combinados, estrogénio + progesterona. Entretanto existe a mini-pílula, que contém apenas progesterona, e é utilizada principalmente em mulheres que estão amamentando e naquelas que apresentam contra-indicações ao uso de estrogénio, como mulheres com enxaqueca. A mini-pílula deve ser usada de forma contínua, sem pausas.
Devemos ressaltar que os contraceptivos orais actuais não aumentam muito o risco de trombose, devido a uma dose mais baixa de estrogénio. Porém esse risco ainda existe, o que não impede seu uso em mulheres saudáveis e não-tabagistas.
Esses contraceptivos apresentam alguns efeitos benéficos, além de impedirem a gravidez:
• Regularizam os ciclos menstruais;• Promovem alívio da tensão pré-menstrual (TPM);• Reduzem o risco de câncer de ovário e de endométrio (útero);• Reduzem a incidência de dismenorréia (cólicas menstruais) e diminuem o fluxo menstrual;• Levam à regressão de cistos de ovário que produzem hormônios.

2. Contraceptivos Injectáveis
Existem duas modalidades: mensal e trimestral. Apresenta excelente eficácia e é de fácil uso, pois a mulher não precisa de se lembrar todos os dias de tomar a pílula. Após a interrupção do uso, a mulher pode demorar algum tempo (até 9 meses) para conseguir engravidar.

3. Implantes
São cápsulas ou bastões de material contendo hormonas, que são implantados pelo médico debaixo da pele, no braço, próximo ao cotovelo. Duram até três anos e são de alta eficácia.

4. Anel Vaginal
São anéis de material plástico, também contendo hormonas. São inseridos dentro da vagina, onde devem ser deixados por três semanas. A mulher faz uma pausa de uma semana e reinicia o uso. Não atrapalha a relação sexual, nem causa incómodo. É bastante eficaz.

5. Adesivos Cutâneos
São semelhantes aos utilizados na terapia de reposição hormonal, em mulheres menopausadas. Os adesivos são "colados" na pele, e utilizados por três semanas, com pausa de uma semana. São bastante eficazes e de fácil utilização.

6. Contracepção de Emergência (Pílula do Dia Seguinte)
Faz com que o útero fique desfavorável à gravidez. Existem dois métodos. O primeiro consiste no uso de pílula própria, em duas doses: a primeira até 72 horas após o acto sexual e a segunda 12 horas após a primeira. O outro método consiste no uso da pílula comum, de forma que a mulher ingere duas pílulas até 72 horas após o acto sexual e mais duas 12 horas depois. Esse método só deve ser utilizado esporadicamente, devido ao esquecimento da pílula ou ao facto do preservativo ter rebentado. Também é indicada em casos de violação. Uma informação de extrema importância: o uso frequente leva à redução de sua eficácia.

Contracepção Cirúrgica
É o único método de contracepção definitiva, sendo utilizada por muitos casais. A esterilização feminina consiste na ligadura tubária, ou laqueadura. A masculina é a vasectomia. Devemos ressaltar que a vasectomia é um procedimento ambulatorial, que não requer hospitalização, é feita sob anestesia local e não causa nenhum tipo de disfunção sexual (como impotência). Esses métodos são de altíssima eficácia, mas suas indicações são bastante específicas. Assim, o casal deve procurar se informar com o ginecologista sobre a possibilidade de sua realização.